20 ago A evolução da anamnese na era da inteligência artificial
Artigo 4 min. de leitura
Do checklist a obra de arte personalizada e customizada de uma anamnese
A “lista” que aprendemos na faculdade de medicina
Lembra quando éramos crianças e, no início do semestre letivo, recebíamos aquela lista de material escolar? Cadernos de 10 matérias, canetas de todas as cores, tudo milimetricamente organizado.
A medicina, no início, é exatamente assim. Fomos ensinados a ter “materiais” básicos e a seguir uma “lista” para a anamnese. Saíamos das aulas de comunicação clínica com mnemônicos e checklists gigantescos, perguntas padronizadas e uma estrutura rígida. Era típico de qualquer estudante incluir perguntas sobre o tipo de material usado na construção da casa e como foi a infância dos seus antepassados.
Mas a realidade, meus caros colegas, é que a vida médica não é uma lista e é extremamente dinâmica. Durante o internato, nos estágios de clínica médica e pediatria, já notamos que o checklist talvez não coubesse mais. Cada especialidade requer diferentes informações, cada especialista pensa de um jeito, cada hospital tem uma rotina diferente e cada chefe gosta de uma informação a mais ou outra…
E nos primeiros empregos, a realidade se impunha de vez. O atendimento em pronto-socorro, as fichas pré-prontas impressas, escritas à mão, com espaços minúsculos e o tempo de consulta cronometrado. Ali, tínhamos pouco espaço para expressar nossa anamnese detalhada e, pior, nossa conduta. A essência de uma consulta, a escuta, muitas vezes se perdia na pressa de preencher formulários.
A anamnese como arte
Com a experiência, começamos a criar nosso próprio caminho. Descobrimos atalhos, perguntas-chave e uma forma de consulta que se adapta à nossa personalidade e, claro, à nossa especialidade. A anamnese, antes uma obrigação, se tornou uma arte, e cada artista (médico) com suas particularidades e características. Criamos nossa própria metodologia para avaliar uma pessoa, facilitando escolhas e decisões clínicas.
Mas como todo artista, enfrentamos desafios. Como anotar todos os dados clínicos necessários, sem perder a conexão humana? Como lembrar do aniversário do filho do paciente, da viagem que ele planeja, ou de outros detalhes que constroem uma relação de confiança e tornam o atendimento verdadeiramente humano?
O toque de mestre com um assistente
A boa notícia é que a transformação digital veio para ser nossa grande aliada. Agora, o artista pode contar com um assistente. Ferramentas como a IA Escriba surgem como uma solução para o dilema de anotar e, ao mesmo tempo, olhar nos olhos do paciente. Ela permite que a gente se dedique integralmente à conversa, deixando as anotações a cargo da tecnologia.
E o que seria de um artista sem seu toque de mestre? O futuro vai além: e se essa IA pudesse ser personalizada de acordo com a sua forma de trabalhar? E se ela se adaptasse aos seus desejos e necessidades, com campos customizados, lembretes de detalhes pessoais do paciente e uma estrutura que realmente reflete a sua prática?
Pense comigo: um ortopedista especialista em coluna precisa de um conjunto de informações totalmente diferente de um psiquiatra infantil. Enquanto um foca em detalhes sobre dor, movimento e histórico de lesões, o outro precisa de um espaço para capturar nuances sobre o desenvolvimento, o comportamento social e o histórico familiar da criança.
E na minha especialidade, medicina de família e comunidade, a necessidade de customização é ainda mais evidente. Minha rotina de atendimento é fluida e diversa, e uma anamnese que se adapta a essa realidade é fundamental. Eu mesma consigo ter rotinas personalizadas para:
- Atendimento de Crianças: Foco em marcos de desenvolvimento, histórico de vacinação e rotina escolar.
- Adolescentes: Abordagem de questões como saúde mental, sexualidade e hábitos sociais.
- Mulheres: Espaço para ginecologia, planejamento familiar e exames de rotina.
- Saúde Mental: Campos detalhados para registro de sintomas, medicações e terapia.
- Visitas Domiciliares: Um formato otimizado para observações do ambiente, funcionalidade do paciente e suporte familiar.
O futuro da medicina é a customização e a personalização. É a liberdade de construir um ambiente de trabalho digital que respeita o seu jeito de ser, a sua especialidade e a sua forma de se conectar com cada pessoa que busca a sua ajuda. A IA me permite fluir entre as diferentes “artes” que a medicina de família exige, da pediatria à geriatria, da saúde mental à visita domiciliar, com a mesma qualidade e humanidade.
Quer revolucionar a sua prática clínica no consultório?
Faça um cadastro em 10 segundos e teste gratuitamente:
Transcrição da consulta presencial ou telemedicina
Relatórios 100% customizados
Upload de exames e laudos
Melhor experiência do paciente
Mais eficiência e personalização no seu dia a dia!
Veja mais posts dos nossos colunistas

Telemedicina: desafios no registro da consulta e regulamentação atual
Artigo 4 min. de leituraDescubra como garantir a segurança no registro médico digital e a importância da regulamentação da telemedicina no Brasil e uso de IA.

Telemedicina: a ponte que encurta distâncias e democratiza o acesso à saúde no Brasil
Artigo 4 min. de leituraA telemedicina e inteligência artificial estão transformando o acesso à saúde, conectando regiões e promovendo equidade no atendimento.

Dia do Médico: como a IA me devolveu o prazer de atender novamente
Artigo 3 min. de leituraUma reflexão real sobre como a IA mudou o dia a dia no consultório — menos papelada, mais presença e o resgate do prazer de atender.
Quer ficar por dentro de todas as novidades?
Assine nossa newsletter e saiba em primeira mão.